História

Localização
 
O município de Taperoá encontra-se no Planalto da Borborema, na parte central do Estado da Paraíba. Faz parte da Mesorregião da Borborema e da Microrregião do Cariri Ocidental. Fica há 245 km da capital, João Pessoa e há 120 km de Campina Grande. Limita-se com os municípios de Desterro, Livramento, Passagem, Salgadinho, São José dos Cordeiros, Parari, Santo André, Assunção, Areia de Baraúna e Cacimbas. A BR 230 e a PB 238 são as principais rodovias que dão acesso ao município.
 
O município possui uma área de 663km². A altitude da sede é de 532m acima do nível do mar. Seu clima é tropical seco, característico do sertão paraibano, com temperaturas variando entre 20 e 38 graus Celsius.
 
É uma cidade de pequeno porte, sua população é de 14.938 habitantes, segundo dados do IBGE (2010). A economia da cidade gira em torno da agricultura, da pecuária e do comércio. Sua vegetação é nativa, em sua maior parte com espinhos e catombos, típicas do semi-árido paraibano.
 
História
 
Os primeiros habitantes civilizados das terras do atual Município de Taperoá foram o licenciado Francisco Tavares de Melo, capitão Gonçalo Pais Chaves e o ajudante Cosme Pinto, os quais, por concessão do capitão mor Francisco de Abreu Pereira, receberam da Coroa, em 1703, as datas na encosta da serra da Borborema, duma extensão de doze léguas à margem do rio Unebatucu (hoje Taperoá). Aí se fixaram aqueles três chefes de família, fundando algumas fazendas de gado e desenvolvendo ligeira cultura do solo. Os principais núcleos de vida e de desenvolvimento daquelas terras se denominaram Serrote, Bonito, Salgado, Carnaúba e Cosme Pinto. Aqui a origem mais remota do Município de Taperoá.
 
Focalizando melhor os primórdios da sede do Município e a sua evolução, vemos em 1830, aproximadamente, Manuel de Farias Castro, descendente dos Farias Castro de São João do Cariri, fundar uma fazenda na área da atual cidade de Taperoá. Aí passou a residir e constituiu família. Seus filhos e genros. que foram numerosos, passaram a habitar, a povoar e a explorar os sítios denominados Campos do Coxo, Várzea do Sales e Alto Batalhãozinho. A estes, veio logo se juntar o portugues Costa Vilar que, com seus descendentes e agregados, muito contribuiu para o desenvolvimento da vida local.
 
Em 1861, o Padre Ibiapina apareceu em Batalhão (Taperoá), onde convocou o povo para construir uma capelinha de taipa dedicada a Nossa Senhora da Conceição e cercar uma área, ao redor da capela, para sepultar os mortos, já que eram sepultados no matagal. Este era o desejo dos moradores que fizeram promessas para o fim da epidemia de varíola que matou muitos moradores.
 
Em 1865, Herculano, outro padre, deu início à construção da Igreja de São Sebastião a partir da capela de taipa já existente. A Igreja foi concluída em 1894, mas os sepultamentos foram realizados no lugar até 1905. Depois, a área lateral e os fundos da Igreja foram transformados em uma rua. Ao lado do templo ainda há uma catacumba do antigo cemitério, pertencente ao Sr. Laurênio Bezerra D’Albuquerque, vítima de varíola, que por ser esse um mal de grande contágio, a mesma foi mantida intacta até hoje.
 
Em 1880 o Padre Manoel Ubaldo iniciou a construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, só concluída em 1940 por Padre João Noronha. Neste período, em 1912, Taperoá foi saqueada por cangaceiros e as paredes da Igreja serviram de trincheira aos bandoleiros e o palco do confronto se tornou conhecido como “Chã de Bala”, posteriormente virou Rua Manoel de Farias Castro.
 
A origem dos nomes Batalhão e taperoá são controvertidas. O escritor taperoaense Dorgival Terceiro Neto (2002) menciona em seu livro que José Leal aponta a menção feita no relatório do capitão-mor regional ao Governador Geral, a um lugar com a denominação Botelhão, que teria sido alterado para Batalhão. Horácio de Almeida atribuiu a origem desse nome a um confronto que houvera em 1824, entre os legionários da Confederação do Equador e tropas legalistas, mas esse combate não aconteceu. Já para Irineu Joffily, um capitão-mor regional, que seria Oliveira Ledo, estava em apuros com tropa em torno de uma lagoa cercada por índios, surgindo a denominação “Lagoa do Batalhão”.
 
E o nome Taperoá tem várias traduções, só o escritor José Leal apresenta duas traduções. Uma diz que taper-uá vem de morador de taperas, aldeia abandonada e a outra que taper-uá era o nome de andorinha, no linguajar indígena.
 
Com relação a criação do município, Terceiro Neto (2002, p. 44) diz que: “Em 1874, Batalhão já tinha jeito de vila, com algumas dezenas de casas, capela, cemitério, vendas. Em 1873, por lei provincial nº 475, de 06 de outubro, foi Distrito de Paz. Por fim, o Presidente da Província, Herculano de Souza Bandeira, erigiu a povoação à categoria de vila, através da Lei nº 829, de 06 de outubro de 1886. Em 1905, teve a denominação mudada para Taperoá, por Lei Municipal. Em, 31 de dezembro de 1943 decreto-lei estadual nº 520 redenominou-a Batalhão. E, em 07 de janeiro de 1945, a lei estadual nº 318 restabeleceu o topônimo Taperoá”.   
 
Atrativos
 
Naturais
 
Sitio Arqueológico “Lagoa do Escuro” – fica há 10km da sede do município, na localidade denominada Lagoa do Escuro. O sítio é classificado como sendo de arte parietal, de gravuras e pinturas estampadas numa formação rochosa de origem granítica. Os grafismos são na maioria capsulares rasos e polidos.
 
Sítio Arqueológico “Pau Leite” – fica há 12km da zona urbana, é identificado arqueologicamente por possuir um conjunto de figuras rupestres estampadas na face leste de uma pedra solta, grande e arredondada, a qual se destaca na paisagem. A arte rupestre deste sítio é comum ao resto da região e apresenta mais dois pontos com pinturas.
 
Serra do Pico – uma majestosa serra que desde a sede municipal se destaca na paisagem por sua amplitude morfológica. É considerado o segundo ponto mais alto do Estado, ficando atrás apenas do Pico do Jabre em Maturéia-PB, com altitudes superiores à 900m lhe conferindo condições climáticas excepcionais e uma flora exótica adaptada a altitude.
 
Pedra Furada: um grande maciço residual de morfologia piramidal, cujo topo despido de sedimento, apresenta uma concavidade produzida por ações naturais químicas e físicas, formando um grande salão granítico numa profundidade de 6m por 5m de altura e 12m de largura. O monumento tem o formato de uma boca, muito parecida com a “Pedra da Boca”, do município de Araruna-PB. 
 
Históricos e Religiosos
 
Nos atrativos históricos, podem ser exploradas as primeiras ruas da cidade, onde há inúmeros casarões e sobrados antigos, já nos atrativos religiosos, pode-se mencionar as Igrejas de São Sebastião e de Nossa Senhora da Conceição.
 
Culturais
 
Cambindas – Importante folguedo oriundo da região de Cambinda, atualmente na República do Congo, fundado pelo senhor João Melquíades, funileiro que veio de Taquaritinga-PE, juntamente com o Senhor João Levino Pereira no ano de 1898. Inicialmente o grupo era composto somente de homens negros, vestidos em trajes femininos, hoje permitindo a participação feminina. A sua formação é composta de Rei, Rainha, Vassalos, Dama do Paço, Porta Estandarte, Mestre e os Cambindas Dançantes.
 
Os Cariris – Grupo fundado em 17 de abril de 1988, com o objetivo de resgatar, preservar e divulgar as tradições de sua terra. O resultado de incansáveis e minuciosas pesquisas, Os Cariris tem conseguido trazer para o palco a dança folclórica conservando a originalidade do passo, da música e da indumentária, mantendo as mesmas linhas coreográficas, por isso surpreende e encanta os mais variados espectadores nacionais e internacionais. 
 
Banda de Música “Maestro João Ferreira de Sousa”: Fundada em 1912 pela família Capiba, tendo como primeiro maestro, Honório Capiba, que foi um dos seus fundadores. Nesta época denominada “Lira da Borborema”, que permaneceu com este nome até a década de 1970, quando passou a ter o atual nome e está a 100 anos encantando e levando a história e o nome da cidade por onde passa. 
 
Canhotinho: Nasceu em 1915, às margens do Rio Bonito em Taperoá. Seu nome de batismo era Elísio Félix da Costa. Ficou conhecido como Canhotinho porque era repentista e tocava a viola com a mão esquerda. Era analfabeto, porém cantava e encantava com seus versos corretos. 
 
Fuba de Taperoá : Seu nome de batismo é Juberlino Martins Levino, nasceu em 03 de novembro de 1952 em Taperoá. Trabalhou na agricultura para ajudar aos seus pais na manutenção das despesas de sua casa. Participou com Vital Farias de um conjunto musical em nosso município. Apresentou-se no programa de Rosil Cavalcanti na Rádio Borborema em Campina Grande, onde conseguiu se destacar. Entre os seus discos gravados destacam-se: Lembranças de Taperoá (1981), Cantando e Sorrindo (1985), Na Pisada do Forró (1988) e Vai Lá No Meu Forró (2000). 
 
Vital Farias:  Nascido em Taperoá a 23 de janeiro de 1943. Foi alfabetizado com utilização da Literatura de Cordel. Participou de diversos conjuntos musicais dentre os quais “Os Quatro Loucos”. Formou-se em música pela CESGRANRIO em 1981. Participou de várias peças teatrais, dentre as quais Gota D’água de Chico Buarque de Holanda. É também grande compositor e dentre os seus grandes sucessos destacam-se Ai que Saudade D’ocê e Saga da Amazônia. Também é o autor do Hino da Padroeira de Taperoá. 
 
José de Abdias:  Cognominado o “Rei dos Oito Baixos”, nasceu em Taperoá em 13 de outubro de 1933. Recebeu seus primeiros ensinamentos no fole de oito baixos pelo pai Alípio Maria da Conceição. Aos 12 anos ingressou como solista na Rádio Difusora de Alagoas, onde conheceu Marinês sua futura esposa e parceira na música. Em 1960 gravou suas primeiras músicas. Depois, já no Rio de Janeiro foi Diretor Artístico da Gravadora CBS, atuando como produtor do Trio Nordestino. 
 
Zito Borborema: Manoel Valdivino da Silva nasceu em Taperoá, tendo adotado como nome artístico Zito Borborema, trabalhou como cabeceiro de caminhão. Era amante da música, aprendeu a tocar banjo e pandeiro. Foi cedo para Campina Grande tentar a carreira musical. Em 1954 foi baterista de Luiz Gonzaga, participou da primeira formação do Trio Nordestino juntamente com Dominguinhos e Miudinho. 
 
Dorgival Terceiro Neto: Nascido em 12 de setembro de 1932 na Fazenda Santa Maria, em Taperoá. Mas, foi na capital do Estado que ele consolidou-se profissionalmente e até politicamente, pois foi Prefeito da Capital, Vice – Governador e Governador do Estado. Era Advogado Militante e considerava-se mesmo como jornalista, profissão que exerceu na juventude. Era pesquisador e foi autor dos livros: Gente de Ontem História de Sempre (1991), Paraíba de Ontem Evocações de Hoje (1999) e Taperoá: Crônica para a sua História (2002). 
 
Raul Machado: Nasceu em Batalhão (Taperoá) em 07 de abril de 1891. Iniciou seus estudos na sua cidade natal, completando-os no Liceu Paraibano na Capital do estado. Formou-se em Direito, mas desde os 15 anos de idade já compunha versos para o jornal A União. Deixou importantes bibliografias, dentre as quais pode-se mencionar: Cristais de Bronze (1909), Asas Aflitas (1924), e Asas Libertas (1950); porém os seus versos mais conhecidos são: “Lágrimas de Cera”, “Póstumas” e “Na Praia”. 
 
Ariano Suassuna:Nasceu em 16 de junho de 1927, no Palácio da Redenção, na Capital da Paraíba, porém considera-se taperoaense de coração. Em 1928, com o fim do mandato de seu pai João Suassuna, no Governo do Estado, Ariano foi morar com sue pais e irmãos na Fazenda Acauã, no município de Sousa-PB e em 1933, com a morte de seu pai, Ariano muda-se com sua mãe e irmãos para Taperoá. Mas, foi em Recife que Ariano estudou, formou-se e passou a ser o renomado escritor que é conhecido. É autor de grandes obras, dentre as quais pode-se citar: O Auto da Compadecida e A Pedra do Reino. Ambas as obras ganharam destaque nacional, por terem tornado-se micro séries na Rede Globo de Televisão, sendo a última gravada na cidade de Taperoá.